04/01/2012

Vitória e Lisboa

Há mar em Vitória e em Lisboa
Há também um coração divido a palpitar,o meu.
A matéria do mar de Vitória é o sonho
Nas suas águas nadam sereias sedutoras
As ondas quebram macias e espumosas
Há cardumes em abundância
Os homens se alimentam de beleza.
Não há mais matança, a pesca foi abolida
Há liberdade e as águas fervilham celebrando a vida.
No mar de Vitória os barcos navegam até perderem o juízo,
Os marinheiros são fiéis as suas mulheres.
Ouve-se  cantos guerreiros que vinham
dos barcos negreiros, vozes que o tempo não sufocou.
Em Lisboa o mar é o da saudade,
Lindo como nunca se viu
Nele há garças milagrosas
O seu verde é espesso e sonolento
A sua praia branca é, também, cor de rosa.
Na sua orla caminhou Sophia de Mello Breyner.
Pessoa, Florbela e Pascoaes navegaram nas suas águas.
Desenhei o mar de Lisboa e ainda o estou colorindo.
Reivindico a sua posse, sendo meu, ninguém mais pescará
Sardinhas, tubarões, e as baleias poderão cantar livres dos arpões.
Esse mar de saudade jamais será dividido ou explorado,
Ele integra os domínios do meu desejo, é sagrado.
O mar de Lisboa, amigo leitor, é um presente para você,
Ame-o como eu o amo.
O mar de Vitória é um futuro, é possibilidade,
Busque conhecê-lo, faça dele o seu sonho também.
Eu canto da Ilha todas essas verdades.

2 comentários:

Michelle Vasconcelos disse...

É amiga, o mar de Lisboa nos invoca essa saudade desses tempos longinquos que parecem estar marcados em na nossa alma... Belíssimo texto!

Luis Eustáquio Soares disse...

viva, irrequieta renata. fico feliz
que esteja alegre pela visita à portugal e especialmente conhecido a terra de florbela espanca.
feliz ano novo pra vc e pra todos nós desatados de nós.
b
l