05/12/2016

Quando um anjo cai (Renata Bomfim)


É assim, sem avisar
que as nuvens se rasgam e, 
como mártir e menino, cai do céu
o anjo.

Não ganha para-quedas,
sorri barroco durante a derrocada
como se estivesse se tornando eterno.
Desliza para o nada rumo à humanidade,
- a decaída das decaídas-
Aprende a amar e a odiar com a mesma intensidade,
aprende o desregramento, xingamentos, 
experimenta o prazer...

Pobre anjo, privado que está
da paz, da tranquilidade eterna,
assim como nós, desgraçados, precisa trabalhar,
Mas, prefere roubar.

Anjo, anjo, se emenda!
medita,
acende uma vela.
Se não encontrar algum alívio, aprende,
sossega e vive, o colapso é normal e
a morte é certa.



RB, Vix, dez. 2016.



Nenhum comentário: