Seja bem-vindo(a). Este é um espaço pessoal onde, desde 2007, reúno poemas, ensaios e artigos de minha autoria, compartilhando também um pouco da minha trajetória como terapeuta junguiana e ativista ambiental. É um espaço aberto, para escritores(as) de várias partes do mundo.

01/04/2022

O dia que recebi a Comenda Paulo Vinha. (Renata Bomfim).



No dia 29 de março de 2022 fui agraciada com a Comenda Paulo Vinha, na Assembleia Legislativa do ES. Essa homenagem foi proposta pela Deputada estadual Janete de Sá, que milita há muitos anos em prol das mulheres. Era para eu receber a Comenda Maria Ortiz, uma honra, visto ser essa personalidade capixaba a primeira heroína do Brasil. Mas, ao analisarem mais de perto a minha biografia e percurso de trabalho, viram que, mesmo tendo ações de entrega em prol da causa feminina, seja por meio da militância política ou da pesquisa e docência, a causa ambiental é o meu destino e missão, fazendo com que  tudo o que faço, como um rio, desague na Mata Atlântica brasileira. Enfim, foi assim que numa noite linda de homenagem às mulheres capixabas que trabalham em prol do social, eu fui a única receber a Comenda Paulo Cesar Vinha, que foca no ambiental. 

Na imagem acima vemos o Deputado Luciano Machado, Renata Bomfim, a Deputada Janete de Sá e Luiz Bittencourt. 

Comenda Paulo Vinha.

Nem tenho como descrever a emoção desse momento. Nem me acho tão merecedora, mas não vou me fazer de rogada, essa generosidade foi um afago no meu coração, e as delicadezas são bálsamos que nos ajudam a continuar persistindo na luta, mesmo em meio a um cenário caótico, desgraçadamente impregnado pelo ódio e pela maldade. Ser mulher militante na causa ambiental é um desafio diário, estamos ocupando, na garra, espaços historicamente considerados masculinos, mas não desistimos, nada é nos dado de graça, tudo vem com muita luta e resistência!

Paulo Cesar Vinha, ambientalista brasilelro nascido no Espírito Santo, foi assassinado em 1993 por defender a natureza, a restinga era a sua vida. Hoje, o Parque Estadual Paulo Cesar Vinha não nos deixa esquecer que existem pessoas assim, seres humanos capazes de atos extremo de doação de si mesmas, seus codinomes são Coragem e Coragem.

Não podemos esquecer que o Brasil é um país que lidera o topo do assassinato de ambientalistas e que essa realidade trágica precisa chegar ao fim. Não há romantismo algum em morrer, seja lá por que causa seja.  Não posso deixar de trazer à memória o nome de outra capixaba, a irmã Cleusa Carolina Rodi, que também foi assassinada defendendo a causa indigenista na Amazônia.

Poeta que sou, vários sentimentos galopam dentro de mim, um amor profundo que constantemente se choca com as mazelas da minha humanidade. Não é à toa que venho dedicando anos de estudo ao romantismo e aos poetas do amor: "amar, amar, amar amar siempre", disse Rubén Darío; "Eu quero amar, amar, amar profundamente", declarou Florbela Espanca. Acredito que não haveria outra vida melhor que essa para mim, ter o amor como meta e a floresta como fim.

Foi em 2013 que escrevi o poema "Fantasmas da Esperança", que se tornaria o centro do meu livro Colóquio das árvores, publicado em 2015. Agradeço ao meu amigo e tradutor Pedro Sevylla de Juana por tê-lo traduzido para o castelhano. Esse poema nasceu dedicado ao ambientalista Paulo César Vinha, por tudo o que ele representa para mim e para a humanidade.

Publico, também outro poeminha visual, em forma de globo, que se chama "Mi poema". 


1. Fantasmas de la Esperanza  


               En memoria de Paulo César Vinha.

Dejemos a Dios quieto
y vendimiemos las viñas de nuestra ira.
Suenen las trompetas
despierten las liras
pues, no existe un cielo además de éste que
conocemos y contaminamos.
Hombres, ¿hasta cuándo
la tierra será inundada
con la sangre de vuestros hermanos?
¿Hasta cuándo morirán indios,
negros, mujeres, niños,
bastardos y desempleados,
y la contratación de otros seres degradados?
¿por qué no somos capaces de percibir
que el rostro desfigurado
del hombre y de la mujer
sin nombre, sin casa y famélicos
es mi rostro y vuestro rostro, es nuestro rostro?
Por qué no aceptamos que
ese hombre y esa mujer son, también,
la flor que arrancamos,
el animal que asesinamos,
los árboles que dejamos abatir…
¿Hasta cuándo el cuchillo y el disparo
silenciarán las voces más esclarecidas?
Y que en el espacio de los árboles
se planten las sombras
de esas existencias olvidadas.
Murieron Paulo César Vinha,
Chico Mendes, Maria do Espírito Santo,
Dorothy, hermana querida,
murió José Cláudio Ribeiro da Silva,
defendiendo los castaños
y nuestra humanidad.
Muchos otros partieron también
traicionados por los suyos.
Ejército de vencidos
que se levantará un día
aún más fuerte, pues
existen cosas que no se pueden matar:
¡La Fe, la Esperanza, la Rebelión, la Justicia!
Es hora de inspirarnos
en los espectros de la esperanza, para que
las generaciones futuras puedan descansar, tener
aire, agua, espacio de existencia.
Nosotros nos perdemos en el laberinto
de la modernidad ourobólica,
construida con armas tecnológicas.
No tenemos, pero, seguimos buscando
alguien o algo que nos salve
de nosotros mismos.


2.



2 comentários:

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Anônimo disse...

Enhorabuena Renata Bomfim: tu poema Fantasmas de la Esperanzas es justo y necesario en estos momentos críticos para el planeta. Valientes palabras que llegarán a muchos y surtirán efecto en los corazones de las personas comprometidas y de las inquietas. No es un grano de arena, es una roca rodando ladera abajo hasta llegar a las duras conciencias de los responsables de la destrucción de la Amazônia, y de las heridas producidas a la Mata Atlántica, de las sequías e inundaciones, de los tornados, de la erosión y de la muerte de especies.
Cuando hayan convertido toda la naturaleza en dinero, el dinero no podrá convertirse en el aire, el agua, la vegetación, y la vida que nos arrebataron.
Parabéns!
Pedro