Sob a cidade jaz uma floresta.
Sob
o asfalto correm veios d’água
Ignorados.
Para
muitos, as árvores em frente as casas
São
motivo de incômodo.
A
materialidade solapou a beleza
Natural
e sua imanente transcendência.
Eu
vejo e falo com seres invisíveis,
Eles
vem até mim nos sonhos,
Pedem
que eu diga
Que
existem tantos planos de vida
Quanto
há estrelas no céu.
O
jardim não se cansa lutar
Pelo
resgate do território,
Quer
produzir o inefável.
Flores
e insetos formam
Guerrilhas
urbanas, a luta acontece
Em
planos imperceptíveis.
O
jardim abriga espíritos
Que
ameaçam olhos obscurecidos
Pela
ganância, pelo poder e pela glória.
A
beleza pode minar corações encouraçados.
A
cidade esqueceu que, sob os seus pés,
Correm
veios d’água.
A
terra viva emana energias sutis.
As
raízes, em conluio, tramam,
Ameaçando
rígidas estruturas.
Atenta
que o império vai ruir a qualquer momento,
Sob
a força da leveza, cedendo à potência
Do
que não possui nem cor e nem forma.
A
lei, no futuro, será a fluidez.
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