Esbofeteado pela loucura...
Convulsões
agitadas
batem
à minha porta
com
um medo maior da morte
Estou
viva com o fardo
faminto
pelo incorpóreo,
e
um pânico sutil que respeito antes de dormir,
temendo
o terror pelos meus mortos,
transformado
em espanto eu me tornei
no
meu próprio medo de entregar
minha
chama de cristal
Se o cadáver se tornar um ventríloquo
manifestando
através de mim,
ele
vai usar minha boca para falar
e
eu seus olhos para ver
Não tenho medo de me extinguir
nem
estou sobrecarregada por suas palhaçadas
Sua noite insondável é
proporcional
a minha força
Pego suas mãos, dou a ela um
Batizado
beijo e nascemos juntas
Não me ensinem a temer o inferno!
Quando
há um novo espaço
meu
coração se ilumina,
meu
dom é deixar de ser uma barreira,
Sou
uma ponte para o paraíso que escolhi ser.
Purifico
o olhar interno e tudo tem vida
Os mortos são esvaziados
aprendo com suas cinzas;
Ninguém
quer saber
Que
se pode morrer em vida!
Se a dor nutri, meu processo ao andar
É
uma ferida nobre, é útil porque me nutre,
a
dor tem uma certa nobreza
Curar
o sepultado
é
cair em buracos fundos
que
vão trazer luz, luz forjada vulcão com carícias
derreto-me
ao dar à luz ao meu peito em espelhos
Detonando
meu coração, com os pedaços quebrados
reinvento
um mosaico de asas
no
meu corpo isso é tão transitório
como
um infinito amor por você
A morte está sempre
mais
próxima da vida
Eu sou a lucidez de uma alquebrada memória
pratico
alquimia com seu veneno
meu
antídoto é morrer todos os dias
procuro
nascer mil vezes como solução
logro a força da gravidade para cima,
emano
o parto de sonhos abortados
arrastados
da linhagem, não mutilado, integro
revivo a tragédia de todos
os
sábios para restaurar meu passado
Porque da alma, só pode
sangrar
a luz mesmo que doa,
liberdade
mesmo que me doa
embora
me doa,
mesmo
que me doa
Eu reajo a cada chamada
que
excita as chamas das minhas asas
De uma fenda eu brilho
e
digo: nasce-me novamente,
Aceito
sem censura a morte das máscaras,
me
levanto levemente,
Aprendo
o dom de nascer depois de morrer
Somos todos sobreviventes
da
morte de um de nossos personagens
e
concebendo o parto em outra mais corajosa
até
que finalmente cessem
todas
as máscaras
ou
que elas nos obedeçam.
Esta transição será um
grande
alívio para minha alma
As
sombras me ensinaram
a
luz que possuo.
***
Abofeteada por la locura…
convulsos latidos trepidantes
tocan a mi puerta
con un miedo mayor a la muerte
Estoy viva con la carga
hambrienta de lo incorpóreo,
sutil pánico que respeto antes de dormir,
temiendo del terror por mis muertos,
mutando en espanto me convertí
en mi propio miedo para entregar
mi llama de cristal.
Si el cadáver se convierte
en ventrílocuo
profesando a través de mí,
él usará mi boca para hablar
y yo sus ojos para ver
No me amedrento por
extinguirme
ni de sus bufonadas me sobrecojo
Su insondable noche es
proporcional a mi fuerza
Le tomo las manos, le doy
un
bautizado beso y nacemos juntas
¡No me enseñen a temer un
infierno!
Cuando hay espacio nuevo
el corazón se me aligera,
mi don es dejar de ser barrera,
soy puente al paraíso que elija ser.
Purifico la mirada interna y todo tiene vida
.
Los muertos se vacían,
aprendo de sus cenizas;
¡Nadie quiere saber
que puede morir en vida!
Si el dolor alimenta, mi
proceso al andar
es una herida noble, es útil porque me nutre
el dolor tiene cierta nobleza
Sanar lo sepultado
es caer en los huecos profundos
que van a traer luz, luz hecha volcán con
caricias
se me derrita por dar parto el pecho en
espejos
Detonando mi corazón, con
los pedazos rotos
reinvento un mosaico de alas
en mi cuerpo que es tan transitorio
con un amor infinito por ti
La muerte siempre está
más cerca de la vida
Soy la lucidez de una partida
memoria
practico la alquimia con su veneno
mi antídoto es morir cada día
yo busco nacer mil veces como salida
Obtengo la fuerza de
gravedad para arriba,
emano el parto desde abortados sueños
arrastrados de la estirpe, no mutilo, integro
Revivo la tragedia de
todos
los sabios para restaurar mi pasado
Porque del alma solo puede
sangrarme luz aunque me duela,
libertad aunque me duela
aunque me duelas,
aunque me duelan.
Reacciono a todo llamado
que excite las llamas de mis alas.
Desde una grieta
resplandezco,
y digo: Nace – me de nuevo otra vez,
acepto sin reproche el fallecimiento de
máscaras,
me elevo ligera,
aprendo el don de nacer después de morir.
Somos todos sobrevivientes
en la muerte de un personaje nuestro
concibiendo el parto en otro más valiente
hasta que terminen por fin
todas las máscaras
o nos obedezcan.
Esta transición será un
gran alivio para mi alma
Las sombras me enseñaron
la luz que poseo.
*
Marijo
Kalixien ... (Maria José Cañete Muñoz) Asunción, Paraguay – 1988. Designer e
artista multidisciplinar. Premiada em 1º lugar Onu Tatakua Women nos círculoscriativos
2018, ilustradora no projeto Violentadas em Quarentena, pesquisa vencedora na categoria
Digital Media Award do One World Media da Onewm e Google NewsInt para o jornal La
Nación e o meio de comunicação Distintas Latitudes (México 2021), ilustradora
no projeto: "você sabe como é representada se um dia aparecer
morta" selecionada pelo 1º congresso
internacional sobre
comunicação de gênero e violência (Espanha 2021). Ilustradora da visibilidade
de poetisas paraguaias com o projeto: Escritoras Paraguayas, para o jornal La
Nación (2021). Ilustradora para campanhas de visibilidade feminina no projeto
"Mulheres Inspiradoras" para Nivea, agência Lupe (2020).
Ilustrador e book designer com o projeto " Ymaguaré" para a fundação
Moises Bertoni promovendo a importância da água (2021). Colaborou em diferentes
iniciativas de promoção das artes e da cultura em Assunção, como cantora
performática, também realizou exposição de fotografias performáticas com o tema
“a auto exploração do corpo feminino” no centro cultural La Serafina (2019).
Atualmente é diretora da MarijoKalxienart onde sua sensibilidade às mudanças é
gerada pela realização de projetos para diferentes entidades sem fins
lucrativos.
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Francis Kurkievicz é poeta, escritor e professor, natural de Paranaguá/PR. Residiu por 20 anos em Curitiba/PR onde estudou FILOSOFIA – UFPR/2002, com especialização em Yoga – UNIBEM/2010 e MBA em Produção de RTVC, UTP/2011. Foi um dos 36 pré-selecionados ao Prêmio SESC de Literatura de 2015 na categoria Conto. Publicou, em dezembro de 2020, pela Editora Patuá, o livro de poemas B869.1 k96. Têm poemas publicados nas Revistas Acrobata, Hiedra, Mallarmatgens, Arara, Estrofe e no site escritas.org – traduções na Revista Zunái, Escamandro, Letra & Fel – artigos no Jornal Memai. Em 2022 teve seus poemas publicados nas duas maiores antologias mundiais de poesia: World Poetry Tree, organizado por Adel Khosan – Dubai/EA, e Living Anthology of Writers of the World, organizado por Margarita Al – Russia; também teve seu poema CHILDHOOD IN BHARAT publicado em MA: Antologia de Poemas em Memória da Poeta bengali Kazi Masuda Saleh, feito realizado pelo poeta de Bangladesh Abu Zubier Mohammed Mirtillah, Editor e organizado. Em Vitória desde fevereiro de 2012, ministrando oficinas de Dramaturgia, Haikai e Meditação.
Um comentário:
parabéns POETA, belos, loucos e densos VERSOS >Lobo Bruxo.
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