13/10/2024

Dois anos sem Jeanne Bilich.


Jeanne Bilich (1948-2022)

Há dois anos, no dia 27 de março, a escritora Jeanne Bilich nos deixou. Faleceu em sua residência, na Praia do Canto, em Vitória, deixando uma obra literária e jornalística de grande valor. A Dama do Jornalismo Capixaba, trabalhou como apresentadora, redatora, radialista e assessora de comunicação nos mais destacados veículos de comunicação do Espírito Santo, além de também ter se dedicado à advocacia. Tenho a alegria de ser sua sucessora na cadeira de nº 7 na Academia Espírito-santense de Letras. No momento tenho me dedicado as crônicas de Jeanne na minha  pesquisa de pós-doutoramento. Espero, em breve, apresentar o meu olhar sobre a sua escrita aos "sagazes leitores". Esse texto, de minha autoria, foi publicado, primeiramente, no Jornal A Gazeta.  

Jeanne Bilich nasceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro de 1948, ela veio para o Espírito Santo com a família após o falecimento de seu pai, na década de 1960. Aluna no internato do Colégio do Carmo e, posteriormente, estudando no Colégio Estadual, Jeanne se formou em Direito pela UNESC, em Colatina, em 1975. Ela fez mestrado em História Social das Relações Políticas, na UFES, e defendeu a dissertação intitulada “As múltiplas Trincheiras de Amylton de Almeida: o cinema como mundo, a arte como universo”, que foi publicada em 2005. 

Jeanne Bilich surgiu no cenário jornalístico capixaba na década de 1970 e fez história sendo a primeira apresentadora do Telejornal da Rede Gazeta, em 1976. É sabido que a hierarquia de gênero faz parte da história de muitas profissões, inclusive do jornalismo. A determinação e a competência de Jeanne contribuíram para a feminilização dessa profissão majoritariamente exercida por homens, na sua época. As conquistas da jornalista também se estenderam para o campo da literatura. No dia 10 de junho de 2013 ela foi eleita para a cadeira nº 7 da Academia Espírito-santense de Letras. A escritora tem uma produção rica em textos para sites, ensaios, coletâneas. Ela possui dois livros de crônicas,  Zeitgeist – O Espírito do Tempo (2009) e Viajantes da nave Tempo (2013). Na obra Zeitgeist, a crônica intitulada "Transgressão às regras da boa crônica”, descreve a existência dos “Cadernos de Anotar Vida”, ou seja, uma coletânea que começou a ser escrita em 1972 e que, na época, já contava com “26 volumosos tomos”, “hemorragias gráficas" que segundo revelação da autora, a impulsionaram para a pesquisa e, que mais do que instrumentos para “mapear a alma” e "autoconhecimento", serviam para “diluir raiva, frustração, mágoas ou ressentimentos”. Jeanne Bilich foi a primeira mulher a ocupar a cadeira de nº 7, na AEL, cujo patrono é José Fernandes da Costa Pereira. A escritora Josina (Jô) Drummond afirma que "há uma porcentagem mínima de mulheres na AEL: 13 entre 150 acadêmicos”, sendo que, ocupando o lugar de presidência, apenas duas, Maria Helena Teixeira de Siqueira, já falecida, e, atualmente, Ester Abreu Vieira de Oliveira”. No artigo intitulado “Mulheres notáveis na Academia Espírito-santense de Letras”, Drummond destacou, ainda, que das 40 Cadeiras existentes, apenas uma, a de nº 32, possui uma escritora como Patrona, a poetisa Maria Antonieta Tatagiba. As mulheres estiveram presentes na produção jornalística e cronística do Espírito Santo desde o final do século XIX, de forma reduzida ainda e, muitas vezes, as publicações eram assinadas com um pseudônimo, entretanto, essas contribuições, nem sempre foram valorizadas ao ponto de alcançarem destaque nos registros historiográficos. A década de 1970, época que Jeanne Bilich surgiu no cenário jornalístico, foi avivada pela crítica feminista e pelos os estudos culturais, quando as mulheres puderam exercer maior liberdade nas profissões ligadas à escrita.

Lanço um olhar sobre a obra Zeitgeist: o Espírito do tempo, de 2009, que reúne 56 crônicas publicadas no Caderno Dois do Jornal A Gazeta, entre os anos de 2007 e 2009. 

“Interativo leitor”, como Jeanne se refere às pessoas que aceitam compartilhar das suas “mais íntimas e até publicamente inconfessáveis impressões, emoções, pensamentos e análises”, ao iniciar a leitura, você será inserido em um espaço onde as certezas não são absolutas: “Duvidar é preciso”. É parodiando Fernando Pessoa e citando na epígrafe Dom Quixote de la Mancha; “O que preferes; a loucura sábia ou a sanidade tola”? que a escritora pergunta, na crônica que abre a obra: “Crônica é um relato? É uma conversa? É o resumo de um estado de espírito? Não sei! A escritora destaca que esse "peremptório” “Não sei”, veio das primeiras crônicas que Clarice Lispector escreveu para o Jornal do Brasil. A crônica de abertura de Zeitgeist: espírito do tempo, chamada “De Mestras e ousadas aprendizes'', nos apresenta uma Jeanne surpreendida com a missão de cobrir as férias da escritora Bernadette Lyra no Caderno Dois do jornal A Gazeta. Essa deliciosa leitura descortina o rico campo de diálogos que envolve essa obra e o vasto cabedal de leitura da escritora. A cronista destaca o relevante papel das “Mestras” Bernadette Lyra e Clarice Lispector na sua história pessoal e para o campo da escrita cronística, e topa iniciar a “aventura” que a levará para “inovadoras trilhas”, que ela percebe já estarem se tornando muito pessoais. A escritora deixa clara a sua determinação, e que pretende não sucumbir ao medo, pois é impulsionada pela “coragem” e pela “ousadia” para “voos incertos” e “desafiantes”. 

Clarice Lispector e uma miríade de outras personalidades mundo afora, entre elas escritores(as), pensadores(as), cineastas, músicos, bem como personagens de livros e de filmes, são convidados para o seu banquete de ideias. Amylton de Almeida, A.A, “maior crítico de cinema que o Espírito Santo já produziu…”, é tratado com doçura e, para Jeanne, ele permanecerá, mesmo após o seu falecimento, “inesquecível”, uma presença afetiva importante “entre nós, [...] Pelo menos nos corações e nas mentes de quantos o amaram. E admiraram” (“O Bergman de cada um de nós”). Na escrita cronística de Jeanne Bilich há um dialógico com o Espírito do Tempo expresso pelo embate entre a modernidade que promoveu a “ruptura com o passado, as tradições que vinculam as nossas experiências pessoais às das gerações passadas” e a solidez de um outro tempo, esse de fluxo menos acelerado. Viver nesse limbo, - “Eis o enigma” -, refletir sobre tais contradições é a proposição da crônica “Navegando no presente continuo”. O tempo é o mar desafiado e percorrido pela cronista, nele, o sujeito da escrita experimenta “a estranha sensação de vertigem” e, por vezes, o medo do naufrágio, “redemoinho” que “já ameaça a nossa sanidade mental e até as identidades". Essa profusão de eventos submerge o ser num “caudal de fatos factóides, celebridades, internet, tecnologia high-tech, comportamentos bizarros, cascatas de imagens multicoloridas, enlaces e desenlaces (profissionais e amorosos) instantâneos. Fugacidade”. Leitora de Zygmunt Bauman, pensador que captou o caráter volátil da “modernidade líquida”, e de Eric Hobsbawm, historiador britânico autor de “A Era das revoluções" e que problematizou a revolução industrial, Jeanne completa a sua tríade, inserindo na mesma crônica “o velho Marx: Tudo que é sólido se desmancha no ar”. 

Observamos que o sentimento de estar à deriva, “mal-estar, insegurança, ansiedade”, faz emergir a saudade “dos velhos tempos, bons e sólidos tempos”, mas, destaca a autora, é certo que “felizes, ou infelizes”, “o calendário biológico avança”, restando ao sujeito singrar como Ulisses, em busca de sua Ítaca. “Saber envelhecer” é uma crônica na qual a escritora revisita a infância e se lembra que os seus olhos de menina viam “as pessoas de idade como livros volumosos, plenos de histórias e saberes”. “Defrontar-se com o próprio envelhecimento” e suas reações a faz tecer uma crítica sobre a mercantilização da vida. Para a Jeanne, o termo “terceira idade” não é agradável, ela prefere “idoso”, ou mesmo “velho”, porque são designações que não alijam a pessoa do vivido, não as despoja da “experiência, valentia e garbo de haver vencido as etapas cronológicas anteriores”. Cada crônica, como bem destacou Rodrigues, é um “portal”, por onde o leitor pode, de acordo com o seu desejo, penetrar mais profundamente. Há, ainda, em Zeitgeist, uma profusão de elementos que remetem para o sutil, espiritual e, por que não, para o esotérico? Não é à toa que a escritora, entre os pensadores com quem dialoga, insere Carl Gustav Jung, autor que fez uma cartografia singular da psique humana, descrevendo-a como território habitado por uma profusão de arquétipos, muitos deles antiquíssimos. Esse portal muito me interessa e o seu guardião é um gato persa de fina estirpe, Nietzsche, “nigerissimo”, “com olhos de farol, sábio e reflexivo amigo”. 

Quando penetramos no campo dos símbolos e da magia, assim como guiados pela deusa Hécate, nos surpreendemos com a experimentação de um outro tempo, um tempo cíclico, mandálico, no qual “já fomos essas crianças de hoje, Depois? Rebeldes adolescentes, desafiantes jovens, adultos responsáveis; e, na maturidade, arcamos com pesados fardos. Imersos no incessante “contínuum” das elipticas”. Na crônica “O círculo do Ouroborus”, vemos o símbolo que “representa o ciclo da vida”, - a serpente mordendo a própria cauda -, constelar, como diria Carl Jung. No panteão grego, a deusa Hécate, arquétipo tríplice, - criança,  jovem e anciã- , atuava tanto no mundo dos mortos, como a padroeira a quem os cidadão recorriam para serem livrados dos perigos e das maldições, quanto no dos vivos, regendo nascimentos e processo de renovação. Essa deusa possui alguns epítetos, um deles é Propylaia, que significa aquela que fica na frente do portão, por isso o seu culto era, muitas vezes, realizado em portões e portais de entrada, onde estátuas eram colocadas em sua homenagem. Outra designação é Phosphoros, ou seja, aquela que traz a luz. Filha de Nyx, a Noite primordial, ela era a única deusa portadora de duas tochas, que trazia nas mãos.  Vida e morte, duas pontas de um mesmo fio, são poeticamente trabalhados na crônica “O filho herdado” que, não por acaso, ao rascunhar o texto, cometi o ato falho e chamei de poema: “nesse poema…”. Nesse texto vemos a assinatura de Jeanne como cronista. O “locus despido de autocensura”, “íntimo” e “personalíssimo” que ela nos convida para entrar é um cadinho de emoções. O ano é 2009 e Jeanne recorda que, em 1995, no dia 12 de outubro, seu aniversário de 47 anos, era realizada a “cerimônia de adeus” de seu querido amigo Amylton de Almeida: “amizade tão estreita e rica, que nos atou num laço inquebrantável ao longo de três décadas: dos meus 16 anos, e ele aos 18 anos, até aquele funesto dia”. Entretanto, afirma a escritora, “coincidentemente?”, “Presente dos deuses ou derradeiro ‘mimo’ de despedida de A,A.?”, mas o fato é que nesse dia, ela afirma ter "herdado'' o filho de Amylton de Almeida, o escritor Sidemberg Rodrigues.  “Misteriosos os meandros da vida”, afirma Jeanne: “a vida é regida por correntes mais profundas e por uma magia impenetrável” que o pensamento não consegue alcançar, apenas os sentidos. “Cargas ao mar”. De forma “consciente” ou "inconsciente", a preparação para a “ancoragem suave no desconhecido porto” vai se desenhando. O retorno à crônica “O círculo do ouroboros”, revela que a escritora havia completado 60 anos logo após prestar o seu "particularismo Vestibular para a Velhice". Observamos que o campo foi preparado para uma confissão, e a cronista alerta ao leitor que “é de uma franqueza cortante. [...] Bela Virtude, grave defeito”, ela confessa que recusou “botox”, “lipo”, “silicone”, etc., preferindo observar “a geografia que se desenha no seu rosto e corpo”. Essa escolha de vida, na contramão das cobranças sociais a que comumente estão sujeitas as mulheres, a levou a um momento sublime, quando percebeu que os dedos da “estreante velha” se entrelaçam amorosamente aos da “menina Jeanne”, “isenta de culpas, mágoas ou ressentimentos" e que “À alma felina,- independente e libertária - amalgamou-se à leveza dos beija-flores que fazem sorrir as orquídeas na janela”. 

A crônica "Zeitgeist ou espírito do Tempo” evoca as palavras de Virgínia Woolf em Orlando: “poder-se-ia ver o espírito da época soprando, ora quente, ora frio sobre as suas faces”. Para Jeanne há algo de indizível neste termo do idioma alemão que é “quase mágica”. O escritor João Batista Herkenhoff, analisando essa mesma obra, pergunta: “Qual é esta essência que Jeanne Bilich persegue no seu livro?”, e chega ao parecer de que “é aquela [essência] que se alcança quando se tem a sensibilidade de perceber os fios que tecem a História, que ligam os seres humanos ao seu destino comum”.  Acredito que a magia da obra de Jeanne está na conjugação entre consciência histórica, capacidade de maravilhamento e contentamento nas coisas simples, algo possível apenas às almas sensíveis. Jeanne Bilich, deu significado ao seu viver e descansou em paz, após ter amealhado um tesouro: “amigos diletos, paredes revestidas de livros, o gatinho Nietzsche e você, fiel leitor dominical".  

 

Renata Bomfim

04/10/2024

En estos días últimos, por Pedro Sevyllha de Juana.


RAZÃO E EMOÇÃO. Estamos diante da confidência de um tempo breve na vida de Pedro Sevylla de Juana, acadêmico correspondente da Academia de Letras do estado de Espírito Santo no Brasil. Recebeu, entre outros, o prêmio internacional Vargas Llosa de romance e publicou trinta e cinco livros. Devemos ter em conta, que se trata da própria percepção de um tempo considerado final pelo autor. Último, sim, porque ele não se sente capaz, corpo e mente, de continuar escrevendo na sua idade e em seu precário estado de saúde. 

Pedro Sevylla deseja mostrar estas páginas, em primeiro lugar, aos seus: esposa, filhos e netos. Depois, a familiares e amigos daqui e dali. Também, para os conhecedores da sua obra e da web sevylladejuana.com O estilo que os leitores encontrarão, sendo o apreciado em seus últimos tempos, leva além a conjunção de assuntos diversos e a forma de harmonizá-los. Nada é casual, nada é fútil, a trama desloca o conjunto na direção mais imaginativa. Há pensamento, talvez síntese do que o moveu a avançar pelo caminho iniciado em seus anos jovens. As lembranças mais destacadas distinguem tempos e espaços heterogêneos, unidos por uma linha de intenções estimáveis. Metáfora e parábola de uma sociedade que evolui em círculo ou elipse, indo e voltando na nave do tempo, para momentos cruciais lembrados por inesquecíveis. Com o método, muito pessoal, colaboram o conhecimento do idioma e o desejo de utilizar as suas possibilidades.

***

Razón y emoción. Estamos ante una confidencia sobre un tiempo breve de la vida de Pedro Sevylla de Juana, académico correspondiente de la Academia de Letras en el estado de Espírito Santo de Brasil. Recibió el premio internacional Vargas Llosa de novela y ha publicado treinta y cinco libros. Hemos de tener en cuenta, que se trata de la percepción propia de un tiempo considerado final por el autor. Último, sí, porque no se siente capacitado, cuerpo y mente, para seguir escribiendo a su edad y en su precario estado de salud. 

Desea Pedro Sevylla dar a conocer estas páginas, en primer lugar, a los suyos, esposa, hijos y nietos. Después a familiares y amigos de aquí y de allá. También, a los lectores de su obra y de la web sevylladejuana.com El estilo que encontrarán los lectores, siendo el apreciado en sus últimos tiempos, lleva más allá la conjunción de asuntos diversos y la forma de armonizarlos. Nada es casual, nada es baladí, todo traslada el conjunto a un término imaginativo. Hay pensamiento, síntesis quizá del que le movió a continuar avanzando por el camino iniciado en sus años jóvenes. Los recuerdos más destacados llevan a tiempos y espacios heterogéneos, unidos por una línea de intenciones apreciable. Metáfora y parábola de una sociedad que evoluciona en círculo o elipse, yendo y regresando en la nave del tiempo, a los momentos cruciales recordados por inolvidables. Con el método, muy personal, colaboran el dominio del idioma y el deseo de utilizar todas sus posibilidades. 


Pedro Sevylla de Juana

Académico Correspondiente de la Academia de Letras del Estado de Espírito Santo en Brasil, Premio Internacional Vargas Llosa de novela, Pedro Sevylla de Juana nació en plena agricultura de secano, allá donde se juntan la Tierra de Campos y El Cerrato; en Valdepero, provincia de Palencia y España. La economía de los recursos a la espera de tiempos peores, ajustó su comportamiento. Con la intención de entender los misterios de la existencia, aprendió a leer a los tres años. A los nueve inició sus estudios en el internado del colegio La Salle de Palencia. En Madrid cursó los superiores. Para explicar sus razones, a los doce se inició en la escritura. Ha cumplido ya los setenta y ocho, transitando la etapa de mayor libertad y osadía; le obligan muy pocas responsabilidades y sujeta temores y esperanzas. Ha vivido en Valdepero, Palencia, Valladolid, Barcelona y Madrid; pasando temporadas en Cornwall, Ginebra, Estoril, Tánger, París, Ámsterdam, La Habana, Villeneuve sur Lot y Vitória ES, Brasil. Publicitario, conferenciante, traductor, articulista, poeta, ensayista, editor, investigador, crítico y narrador; ha publicado treinta y cinco libros, y colabora con diversas revistas de Europa y América, tanto en lengua española como portuguesa. Trabajos suyos integran siete antologías internacionales. Reside en El Escorial, dedicado por entero a sus pasiones más arraigadas: vivir, leer, reflexionar y escribir.

13/09/2024

500 anos de Camões: relembrando uma visita ao túmulo do autor de Os Lusíadas.

Visita aos túmulo de Camões no Mosteiro dos Jerônimos

Leitor,
Você já viu algo mais poético que a morte? poético e triste! Calma, entenda minhas palavras, sou uma amante da vida, da luz, da alegria, mas, nada como a presença dessa aterradora e fascinante dama para nos mover os alicerces. A morte nos denuncia humanos, finitos, faltosos, ela revela a nossa precariedade. 
Bem, eu gosto de visitar meus poetas mortos. Já fui visitar Florbela Espanca, mais de uma vez no seu repouso final, em Vila Viçosa; fui à León (Nicarágua) também duas vezes visitar Rubén Darío e lá acariciei e consolei o leão que chorava. O pensador George Bataille disse que morte e o amor se avizinham, acho que eles são uma espécie de irmão sol e irmã lua, pois, ambos tem o poder de nos levar á dissolução completa, para que sejamos outras coisas, só assim (ou mortos ou amando) podemos estar para além de nós mesmos.

Interior da igreja
Fui visitar Camões: 
− Camões! tá de brincadeira! 
É você mesmo? 
Que prazer cara! 
Olha, Os Lusíadas é mesmo uma viagem, putz, e os seus poemas de amor, eles não saem da minha cabeceira:

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor? 

Que coisa mais linda isso, meu chapa! Mas, convenhamos, fiquei sabendo de uma história, dizem que você deixou uma moça morrer afogada para salvar o livro? Olha o Karma, Camões, olha o Karma... 
Nesse encontro conversamos mais sobre outros assuntos, acho que o Camões não liga muito para esse negócio de glória, embora esteja sempre sob os holofotes. Bem, depois da visita ao túmulo do grande poeta e ao do seu vizinho, o não menos importante Vasco da Gama, fui dar uma volta pelo Belém, ver os monumentos, visitar uma exposição de arte moderna e, depois, comer um pastelzinho de Belém, ou melhor, uns pasteizinhos, os originais!
Até mais...
Renata

18/08/2024

XI Bravos Companheiros e Fantasmas: Seminário sobre o/a autor/a capixaba celebra Carmélia Maria de Sousa


O XI Bravos Companheiros e Fantasmas
Seminário sobre o/a autor/a capixaba, acontecerá no dia  22/08/2024, na UFES.

A cronista capixaba Carmélia Maria de Souza (1936-1974) é a homenageada especial do Seminário. A seu respeito, Reinaldo Santos Neves afirma: “Como cronista, uma das grandes vozes a surgir no final dos anos 50 e a consolidar-se na década seguinte [...], que publicava em jornais textos em que alternava a melancolia e o deboche” (Mapa da literatura brasileira feita no Espírito Santo(link is external)).

Para participar da publicação do livro referente ao Seminário, pedimos às/aos interessadas/os que enviem ao endereço neples.ppgl@gmail.com(link sends e-mail), até o dia 26 de agosto de 2024, suas comunicações escritas(sobre a obra da autora homenageada ou de qualquer outra/o de sua preferência) de no máximo 15 páginas, em margem A4, espaçamento 1,5, fonte Times, com citações e referências de acordo com as normas da ABNT. No arquivo nomeado deverão constar título, resumo de no mínimo cinco e no máximo dez linhas (com indicação clara do tema, dos objetivos, da fundamentação teórica), três palavras-chave e o texto. Mais informações em anexo.

21/07/2024

“José Moreno Villa”, por Santiago Montobbio.



Santiago Montobbio

Se publica en Revue d’Art et de Littérature, Musique el texto titulado “José Moreno Villa”, conformado por dos partes, “Poemas” y “Vida en claro”, que escribí los días 5 y 8 y 9 de julio, respectivamente. En él acompaño la lectura de los poemas y la autobiografía de este poeta, escritor, pintor y estudioso, esta figura de múltiples facetas y que es una rica personalidad situada entre los autores del 98 y los del 27 y muy estimado por éstos. Se ha visto en sus poemas precedente de los de Lorca -y nos hablará él mismo de su parecer al respecto-, y la aventura de su poesía es rica y personal. 

Mi lectura desea acercarla. Testimonio de su tiempo también a veces sus poemas, y retrato de una época, además de una personal singladura, a través siempre de su visión fina y ponderada, su autobiografía Vida en claro. 

Podéis leer este texto que acompaña poemas y autobiografía en el siguiente enlace


LA VERDAD

 

Un renglón hay en el cielo para mí.

Lo veo, lo estoy mirando ;

no lo puedo traducir,

es cifrado.

Lo entiendo con todo el cuerpo ;

no sé hablarlo.

26/04/2024

Poeta Espanol, Santiago Montobbio, realiza leitura de poesias.

 


No dia 06 de maio, às 19 horas, acontece a leitura poética e debate sobre a obra do escritor  Santiago Montobbio, na livraria Documenta, em Barcelona. Santiago Montobbio nasceu em Barcelona, Espanha, em 1966. Publicou pela primeira a sua poesia  na Revista de Occidente en 1988. Ao reciber seu primeiro livro, Hospital de Inocentes (1989), Juan Carlos Onetti escreveu: “Muy pocas veces me produce alegría contestar a los autores que me envían sus obras. Este es un caso distinto. Me hace feliz escribirle porque su libro HOSPITAL DE INOCENTES es muy bueno y de manera misteriosa siento que coincide con mi estado de ser cuando estoy escribiendo”. O autor também recebeu o reconhecimento de críticos como 

Camilo José Cela que afirmou: “tan hondos y hermosos” os poemas.


A poesia de Montobbio foi traduzida para vários idiomas e tem alcançado destaque em vários centros difusores de cultura. Dentro da Coleção de poesia El Bardo publicou: La poesía es un fondo de agua marina (2011), Los soles por las noches esparcidos (2013), Hasta el final camina el canto (2015), Sobre el cielo imposible (2016), La lucidez del alba desvelada (2017), La antigua luz de la poesía (2017), Poesía en Roma (2018), Nicaragua por dentro (2019), Vuelta a Roma (2020), De infinito amor (Cuaderno del encierro) (2021) y Los poemas están abiertos (2023). 


Em 2024 a coleção El Bardo completa 60 anos sob a direção de José Batlló, com a publicação da obra de Gabriel Celaya La linterna sorda. Santiago Montobbio realizará a leitura comentada de poemas das obras publicadas durante a história da coleção.


11/04/2024

Poemas de Ana Romano (Argentina)

 





Ana Romano
 en la capital de la provincia de Córdoba, Argentina, y reside desde la infancia en la Ciudad Autónoma de Buenos Aires. Poemas suyos han sido traducidos al portugués, italiano, francés, húngaro y catalán. Es profesora de Francés. Tradujo a dicho idioma el volumen “Breve anthologie” de Luis Raúl Calvo (Ediciones L`Harmattan, París, Francia, 2012), el poemario “Behering y otros poemas” de Luis Benitez y textos del libro “Tomavistas” de Rolando Revagliatti (difundidos en la Red). Poemarios publicados: “De los insolentes fantasmas” (Ediciones Vela al Viento, 2010), “Expiación del antifaz” (Ediciones La Luna Que, 2014), y “Zumbido de guirnaldas” (Ediciones La Luna Que, 2016).

08/04/2024

Lançamento do "Dicionário de Florbela Espanca", em Portugal.

O Dicionário de Florbela Espanca acaba de vir à lume e conta com a participação de pesquisadores de universidades de vários países. Depois do lançamento da edição brasileira do Dicionário de Florbela Espanca, ocorrido em Recife, a obra será lançada,  na edição portuguesa, no dia 19/04, na Universidade de Évora - Sala dos Docentes - às 10h; e no dia 20/04, em Vila Viçosa, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, às 15h. A obra foi organizada pelos pesquisadores Maria Lúcia Dal Farra, Jonas Leite e Fabio Mario da Silva.





07/04/2024

Bravos(as) Companheiros(as) e Fantasmas 2024, Seminário do Autor Capixaba, homenageará Carmélia Maria de Souza.

 

BRAVOS/AS COMPANHEIROS/AS E FANTASMAS/ XI SEMINÁRIO SOBRE O/A AUTOR/A CAPIXABA - 2024

Homenagem a Carmélia M. de Souza (1936-1974).

Esta é uma chamada de trabalhos para o Bravos/as Companheiros/as e Fantasmas: XI Seminário S obre o/a Autor/a Capixaba, que o Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Literatura do Espírito Santo (NEPLES), realizará nos turnos da manhã e da noite do dia 20 de junho de 2024, quinta-feira.

Esta é uma chamada de trabalhos para o Bravos/as Companheiros/as e Fantasmas: XI Seminário S obre o/a Autor/a Capixaba, que o Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Literatura do Espírito Santo (NEPLES), realizará nos turnos da manhã e da noite do dia 20 de junho de 2024, quinta-feira.

A expressão “bravos companheiros e fantasmas” é uma citação de Nietzsche que o escritor capixaba José Carlos Oliveira transformou em título de seu último livro, uma coletânea de contos, e tem sido usada como “marca de fantasia” tanto dos Seminários Sobre o/a Autor/a Capixaba promovidos a cada dois anos pelo PPGL/Neples/PPGL como dos livros que daí derivam. No entanto, considerando a restrição política da expressão e procurando ampliá-la, desde a 8a edição passamos a adaptá-la no título de um evento que deseja ser cada vez mais claramente inclusivo.

Assim sendo, entenda-se como autor/a capixaba, para fins de apresentação de estudos no referido evento, tanto o/a autor/a natural do Espírito Santo que, aqui ou fora daqui, tenha produzido no todo ou em parte a sua obra, como o/a que, natural de outros estados ou até mesmo de países, tenha entre nós produzido obra literária. Nessa edição, a cronista capixaba, Carmélia M. de Souza (1936-1974) é a homenageada especial do Seminário. A seu respeito, Reinaldo Santos Neves afirma: “Como cronista, uma das grandes vozes a surgir no final dos anos 50 e a consolidar-se na década seguinte [...], que publicava em jornais textos em que alternava a melancolia e o deboche” (Mapa da literatura brasileira feita no Espírito Santo, disponível em:

https://blog.ufes.br/neples/files/2019/10/Mapa-da-literatura-brasileira-feita-no-ES-de-Reinaldo-Santos-Neves.-1.pdf).

Postumamente, suas crônicas foram reunidas pelo jornalista e escritor Amylton de Almeida, no livro Vento Sul, de 1976, editado pela Fundação Cultural do Espírito Santo. Para Francisco Aurélio Ribeiro, em sua Antologia de escritoras capixabas (1998, p. 64), “Vivendo intensa e apaixonadamente a contestação da juventude dos anos 60, Carmélia personifica o espírito dessa geração de transição dos ‘anos dourados’ do pós-guerra aos ‘anos rebeldes’ dos revolucionários de 68. [...] Suas crônicas refletem o lado sobretudo humano da vida, que estava sendo massacrado pela tecnocracia que se implantava num país dominado pelos militares e pela cultura norteamericana. Carmélia escrevia com a paixão, o coração, mais do que com a razão. Suas crônicas não são só jornalísticas mas, principalmente, repletas de sentimento de abandono, ódio, amor, compaixão”.

AMOR E HUMOR EM VENTO SUL:


Por sua vez, Renata Bomfim, em “Amor e humor em Vento Sul, de Carmélia Maria de Sousa, a cronista do povo”, artigo de 2016, observa que “A irreverência de uma escrita marcada pela ironia e, ao mesmo tempo, poética e afetiva, fez com que a Carmélia angariasse um público cativo pelo qual tinha grande carinho: ‘me sinto honrada quando me chamam de “cronista do povo”, para este povo que eu respeito e amo que continuarei a escrever [...]. Já que não o posso carregar nos meus braços, carrego-o no coração’”.

PARTICIPE DA PUBLICAÇÃO:

Para participar da publicação do livro referente ao Seminário, pedimos às/aos interessadas/os que enviem ao endereço neples.ppgl@gmail.com, até o dia 26 de agosto de 2024, suas comunicações escritas(sobre a obra da autora homenageada ou de qualquer outra/o de sua preferência) de no máximo 15 páginas, em margem A4, espaçamento 1,5, fonte Times, com citações e referências de acordo com as normas da ABNT. No arquivo nomeado deverão constar título, resumo de no mínimo cinco e no máximo dez linhas (com indicação clara do tema, dos objetivos, da fundamentação teórica), três palavras-chave e o texto.

Quaisquer informações adicionais poderão ser solicitadas
mediante envio de mensagem àquele mesmo endereço
de e-mail neples.ppgl@gmail.com.

15/03/2024

Escritor Santiago Montobbio lança a obra Días en Venecia

 


Día 21 de marzo a las 19,30 horas

Presentación del libro de Santiago Montobbio ''Días en Venecia''
Con la intervención de: 
La escritora Nuria Riera presentará  dialogará con el Autor   y el editor, Òscar Esquerda

Aula Maria Mercè Marçal, carrer Canuda, 6 de Barcelona 




Días de Venecia 

Para empezar mi colaboración con esta retomada colección, he elegido el libro Días en Venecia. Tiene dos partes, “Venecia” y “Otra vez Venecia”, que corresponden a dos estancias en ella, una unos días de diciembre de 2010 y otra unos días de julio de 2014. En la primera ocasión es un viaje y estancia con amigos; en la segunda, me alojo en casa de una de mis traductoras al italiano, que vivía y trabajaba en Venecia, y residía en el ghetto. Aunque escrito, por tanto, en dos momentos, el libro está unido por Venecia y por la vivencia y visión de poeta que de ella puede en sus palabras sentirse. Puedo señalar que en la segunda estancia tuve ocasión de tratar con venecianos y hacer lo que ellos hacían -que no es siempre, o casi nunca, lo que hacen los turistas-, y pasear, descubrir y conocer lugares de Venecia que quizá quien va unos días no conoce. Puede por tanto ser seguramente para algunos una Venecia desconocida, al menos en parte. Si es que Venecia puede ser desconocida. Pero puede serlo. Como podemos, igualmente, preguntarnos si se puede aún algo decir o escribir sobre Venecia, pero creo que podríamos también preguntarnos si sencillamente aún se puede escribir o decir algo. Y escribimos. Felizmente escribimos. Porque siempre se puede escribir. También de Venecia. De la poesía y el asombro y la belleza, de cómo se consagra la vida en el arte y sus aristas. De todo. La vivencia de Italia, como la de la poesía, está muy presente en mí y por tanto en mi escribir, y ha dado dos libros a ella dedicados, Poesía en Roma y Vuelta a Roma. Son libros de poemas. Días en Venecia está escrito en prosa. Poesía y prosa son cauces de expresión que he empleado desde mis inicios de escritor, que conviven en lo que escribo y podemos sentir cómo se entrecruzan y dialogan entre ellos. Me agrada que en esta colección puedan convivir.




Santiago Montobbio. 


Barcelona, 1966. Publicó por primera vez como poeta en la Revista de Occidente en 1988. Al recibir su primer libro, Hospital de Inocentes (1989), Juan Carlos Onetti escribió: “Muy pocas veces me produce alegría contestar a los autores que me envían sus obras. Este es un caso distinto. Me hace feliz escribirle porque su libro HOSPITAL DE INOCENTES es muy bueno y de manera misteriosa siento que coincide con mi estado de ser cuando estoy escribiendo”. También mereció el reconocimiento espontáneo de otros ilustres autores, que destacaron la belleza, fuerza y hondura de esta poesía: así, Camilo José Cela encontró “tan hondos y hermosos” los poemas, y esto escribieron Ernesto Sabato (“Son magníficos”), Miguel Delibes (“Envidio la fuerza de su verso”) o Carmen Martín Gaite (“me han conmovido extrañamente. Porque salen de un pozo muy oscuro y verdadero”). Ha publicado también Ética confirmada (1990), Tierras (1996), Los versos del fantasma (2003), El anarquista de las bengalas (2005), en la colección Biblioteca Íntima de March Editor, finalista del Premio Quijote 2006, que concedía la Asociación Colegial de Escritores de España al mejor libro publicado en el año mediante votación de sus socios, y Absurdos principios verdaderos (2011), también en Biblioteca Íntima. Ha colaborado en las primeras revistas de España, Europa y América, y ha sido traducido al inglés, francés, alemán, italiano, danés, portugués, rumano, albanés y holandés. Es autor de un libro de arte con el pintor Lluís Ribas, Els colors del blanc (2008). Se han editado dos antologías de su poesía en Francia (Le théologien dissident, Paris, 2008, y La poésie est un fond d’eau marine, Paris, 2011), una en Brasil (Donde tirita el nombre/Onde treme o nome, Sao Paulo, 2010) y otra en los Países Bajos (Desde mi ventana oscura/Vanuit mijn donkere raam, Deventer, 2016). El año 2009, después de veinte años de silencio, volvió a escribir poesía con gran intensidad, exactamente un conjunto de 942 poemas, que se ha dado a conocer en una tetralogía en la histórica colección El Bardo -La poesía es un fondo de agua marina (2011), Los soles por las noches esparcidos (2013), Hasta el final camina el canto (2015) y Sobre el cielo imposible (2016)-, y a ésta se han sumado con posterioridad los libros La lucidez del alba desvelada (2017), La antigua luz de la poesía (2017), Poesía en Roma (2018), Nicaragua por dentro (2019), Vuelta a Roma (2020), De infinito amor (Cuaderno del encierro) (2021) y Los poemas están abiertos (2023). La hispanista brasileña Ester Abreu Vieira de Oliveira ha publicado un libro dedicado a su obra poética, con un estudio de la misma y también una antología de su poesía en edición bilingüe castellano-portugués: A arte poetica de Santiago Montobbio (Analisi e traduçao) (Editorial Opçao, Brasil, 2017). A su labor de creación le acompaña y corresponde, desde sus inicios como escritor, una labor como ensayista y articulista. También desde el principio, escribe poesía y prosa, cauces de expresión que se entrecruzan y dialogan entre ellos en su trabajo de escritor. Santiago Montobbio publicó en la colección Biblioteca Íntima de March Editor los libros El anarquista de las bengalas y Absurdos principios verdaderos, en 2005 y 2011, respectivamente, y con este nuevo libro, Días en Venecia, retoma su colaboración con esta colección, en Nueva Biblioteca Íntima de Ònix Editor, que la continúa.



18/11/2023

Solo de voz en La Habana, lançamento de Pedro Sevylla de Juana.


 Sinopsis

Épica y lírica unidas, Solo de voz en La Habana, es el libro número treinta y cuatro de los publicados por Pedro Sevylla de Juana. El autor fue galardonado con el Premio Internacional Vargas Llosa de novela. La acción transcurre a finales del siglo pasado y principios de este. El protagonista, Honorio, es parte importante del coro de cantores integrado por aficionados a la zarzuela, llegados de diversos lugares. Entre ellos, de un Kosovo inmerso en la guerra de los Balcanes, de la gran Argentina o de la Cuba nueva. Virgilio, el narrador, no pertenece al coro. Va a las representaciones debido a su amistad con Honorio, antiguo compañero en estudios de latín, griego y las literaturas clásicas. Escritor ya publicado, toma nota mental de todo, porque, en realidad, pretende escribir una novela, argumentada en las peripecias individuales y las relaciones originadas entre cantores. Muestran su capacidad de avance el amor y la amistad, dos líneas paralelas que, al encontrarse, originan el infinito. En España, Estados Unidos y Cuba, avanza la trama, alcanzando una meta inalcanzable. Se trata de una catarata ascendente, de una montaña rusa literaria, de un caleidoscopio de acontecimientos en evolución. La resolución de las sucesivas incógnitas planteadas, junto al lenguaje sencillo y preciso, proporcionan estímulos para que, el lector, disfrutando de la página en curso, desee llegar a la siguiente.


Pedro Sevylla de Juana

Académico Correspondiente de la Academia de Letras del Estado de Espírito Santo en Brasil, Pedro Sevylla de Juana desciende de agricultores y artesanos de la forja. Nació en Valdepero, provincia de Palencia, el día 16 de marzo de 1946. Terminado el bachillerato superior en el colegio de La Salle de la capital palentina, se hizo publicitario en la Escuela Oficial de Publicidad de Madrid. Cursando, luego, en ICADE, los estudios de Dirección de Márketing; que pudo compaginar con los de sicología, fotografía y diseño gráfico. Perteneció a varias empresas multinacionales de primer rango, hasta que, antes de cumplir los cincuenta, dejó el último trabajo, Jefe del Departamento de Publicidad de un fabricante de coches, para dedicarse a escribir a tiempo completo. El descubrimiento de Brasil, la desbordante vitalidad de ese país enorme: geografía, historia, miscigenação y cultura; supuso un impulso para su trayectoria literaria. Colabora en diversas revistas digitales de Europa y América, tanto en lengua castellana como portuguesa.