Freda
Cavalcanti Jardim.
“Quaisquer que
fossem as coisas que pudessem aparecer e desaparecer, o que aqui se encontra é
bem sólido. Aqui, podia-se dizer àquelas luzes deslizantes, àqueles ares
tateantes que respiram e se curvam sobre o próprio leito, aqui vocês nada
podem tocar e nada podem destruir." (Virginia Woolf- Viagem ao Farol).
O
ser humano experimenta variados nascimentos. Nascemos no desejo, — mesmo que
inconsciente — dos pais, e nos tornamos carne. Depois deste, outros nascimentos
se seguem em um processo de humanização permanente da pessoa. Seguindo essa ideia, morremos
também — simbolicamente e variadas vezes —, até que um dia os olhos
se fecham de vez, acompanhados pela última respiração, mas, esse ainda não precisa ser o fim,
pois, podemos ser revividos pela ação salvadora da memória. A morte verdadeira
e definitiva, acredito eu, chama-se ESQUECIMENTO.
O filósofo Henri Bergson, ao
refletir sobre o tema, descreveu a memória como um fenômeno capaz de prolongar o passado
no presente. Tentarei fazer como Ariadne, personagem mitológica, e seguir um fio da minha história que me trouxe até onde estou hoje. Bordadeira e mosaicista que sou, não posso deixar de pensar que existe uma certa proximidade entre a arte têxtil e o seu mundo de linhas, cordas, tramas e nós com a arte do mosaico. Ambas são técnicas afeitas ao agrupamento e apontam caminhos estéticos para a fragmentação e o estilhaçamento das estruturas. O poeta Haroldo de Campos dedicou uma poesia a esse processo arquetípico que (re)une as duas pontas do fio da existência: Se/ Nasce/ Morre nasce/ Morre nasce
morre/ Renasce remorre renasce”. Embalada pela cadência desses versos,
lembro que experimentei um nascimento significativo em um dia ensolarado, quando era
estudante de artes plásticas na UFES. Antes desse dia, recordo ter olhado várias para
o teto da sala de aula e me perguntado: o que estou fazendo aqui? Mas, nesse dia, o sol brilhou
diferente. Ao vaguear pelo IC-3, no Centro de Artes, encontrei uma
senhora falando sobre a sua obra, era a Freda Cavalcanti Jardim (1926-2000).
Sentei-me para escutar e fui capturada pelo brilho translúcido das ágatas, citrinos, cristais brancos e amarelos, — joias-mosaico —, e por aquela mulher que fez
da sua vida uma obra arte. Saí dali certa do caminho que gostaria de percorrer
como artista e que eu gostaria de me tornar uma MOSAICISTA, assim como ela.
Renata Bomfim criando um mosaico luminoso.
Foi a partir desse
encontro que nasci para uma existência que me acompanha como devir. Além de
estudar artes, passei a participar de exposições e depois, novas experiências
me levaram para o campo da saúde mental,
literatura, meio ambiente, e a identidade foi fluindo com o passar dos anos.
Antes de tudo, sinto que me tornei alguém de quem eu gosto, aprendi a cuidar
dessa que sou com respeito e tudo o que se formou ao meu redor passou a ser uma
construção nova, uma vida imaginada que foi se tornando realidade. Não que eu fosse nada, mas, antes desse nascimento
social e espiritual, era assim que eu me sentia nos círculos fechados e
oprimidos da minha vida. Esse processo de humanização permite que enxerguemos o valor de cada etapa da vida-morte-vida, mesmo aquela que consideramos dolorosa e sem sentido. Enfim, (re)nasci nesse dia ensolarado de palestra
musiva e serei eternamente grata à mestra e amiga Freda Cavalcante Jardim por
isso. Depois
desse primeiro contato com universo do mosaico, eu busquei me aproximar da professora. Comecei pegando todas as matérias que ela ofereceu no semestre. Certo dia, vasculhando uma pilha de azulejos, refugos de uma obra na UFES, Freda me
viu e reconheceu como sua nova aluna. — O
que você está fazendo aí? Ela perguntou. Respondi que estava “catando uns cacos”
para fazer um mosaico. Lembro que a professora sorriu e disse: “vem comigo, vamos fazer esse
mosaico na minha casa”. Chegando lá, ela me deu todas as condições para criar a primeira obra arte, o Sol de Gaudí. Aos poucos passei a frequentar semanalmente a residência e foi se construindo uma amizade que se desdobrou em compartilhamento de experiências, histórias,
exposições e muita criação.
O
Sol de Gaudí (Renata Bomfim)
Freda foi muito antenada com a crítica de arte e tinha obras de variados escritores. Se não me engano, era o Ernst Gombrich que ela queria desafiar para um debate, pois,
divergia de alguns pontos da sua obra. Que privilégio ter convivido com uma
artista inspiradora como Freda. Tanto eu, quanto as minhas colegas do mosaico, sempre saíamos de sua casa com planos para novos projetos. Era comum Freda convidar os alunos para estar com ela em momentos de sua criação, lembro de ter quebrado muito mármore e granito, de misturar cimento para as bases do mosaico, enfim, oportunidades de aprendizado que extrapolavam os limites da universidade.
No ano de 1995, Freda doou à UFES o COMETA ESPERANÇA, um mural luminoso que foi instalado no prédio da Reitoria. Tenho a felicidade de ter participado da
instalação dessa obra, juntamente com o Bené, querido e saudoso amigo Benedito Simões, que era o braço direito dos alunos no Centro de Artes e quem fazia toda a parte estrutural e de
instalação dos mosaicos para Freda. Tinha também o Tuca, que ajudava bastante a
Freda com a instalação dos mosaicos. Participaram da execução do Cometa da
Esperança, sob a orientação de Freda, as colegas de classe: Cláudia Felix,
Heloisa Galvão, Renata Carminati, Roszi Graci Simões, Joelma Celin, Áurea
Carvalho, Valentina e Mírian. Cada aula era uma descoberta, esse foi um tempo
de variadas experimentações para todas nós.
Montagem
do Mosaico “Cometa da Esperança”, na Reitoria da UFES.
A minha graduação aconteceu em torno do mosaico e, quando
estava chegando o final do curso, realizei o TCC sobre as Joias-mosaico. Além de Freda, que foi minha orientadora, estiveram na banca o professor e mosaicista Jeveaux e a professora e ceramista Marlene Tejada. Nunca me esqueci de Freda. O silêncio em torno do seu nome sempre me incomodou e, no ano de 2022, quando fui convidada para integrar a Academia de Letras e Artes de Marechal Floriano (AFHAL), indiquei-a como Patrona da cadeira que ocuparia, de número 30. Outra homenagem foi a criação de um jardim com cristais cor de rosa, batizado como "Jardim de Freda", na RPPN Reserva Natural Reluz, Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (UNESCO), da qual sou criadora e gestora.
"Jardim de Freda", na RPPN Reserva Natural Reluz, Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/UNESCO.
UM SOPRO, UMA SAUDADE...
Perder
Freda tirou o nosso chão, pois, além desse desaparecimento inesperado da nossa mestra
e referência, estava em andamento a organização do primeiro Congresso
Internacional de Mosaico na América Latina. Esse evento era capitaneado pela Associação Internacional do Mosaico Contemporâneo (AIMC), do qual Freda foi uma
das fundadoras e, recentemente, havia sido eleita presidenta. Na sua última
viagem à Itália, Freda voltou com a saúde fragilizada e, infelizmente não
resistiu. Dessa forma, o evento acabou sendo levado adiante pelos mosaicistas que ela formou e pela UFES, entre eles artistas mais experientes como Rosana Paste e Celso Adolfo. Tenho a alegria
de ter integrado esse grupo e vivido esse momento único para o mosaico Latino-americano. O evento foi emocionante e todo dedicado à Freda. O Congresso aconteceu em 2002, no Teatro da
UFES e no Museu de Artes do Espírito Santo (MAES).
No
dia do passamento de Freda eu ia visitá-la depois da aula, cheguei a ficar
parada na portaria da universidade decidido se ia ou não, mas lembrei que tinha umas
pendências para resolver em casa e deixei para visitá-la no dia seguinte. Fiquei triste com a
minha decisão, mas, depois compreendi que algo se processava naquele momento e
que não era para eu estar ali. Chegando à noite eu não conseguia dormir e
passei a madrugada fazendo várias coisas, — lendo, escrevendo, lavando louça —
e, num determinado momento, uma rajada de vento entrou pela janela, um sopro
forte que me atingiu de forma diferente. Na época eu ainda não era espírita,
depois eu compreenderia melhor o fenômeno. Por volta das cinco da manhã recebi
um telefonema com a notícia do falecimento e soube que aquele vento era um “adeus”. A mãe de
Freda, Dona Isis, ser humano lindo que acolhia as visitas com longas conversas, bem
idosa, viu a filha ser enterrada. O cortejo foi ao som da cantiga “se essa rua fosse
minha, eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhante, para o meu amor
passar”, respeitosamente cantada baixinho pelos presentes.
Antes
de falecer, Freda me contou que estava conversando com um advogado para criar uma fundação e transformar
a casa em um museu do mosaico. Ela havia comprado o
terreno ao lado do imóvel e construído um galpão que seria a escola e residência artística.
Ela desejava que ali acontecessem oficinas para a comunidade e que fosse um espaço de criação para os artistas. A educação pela arte sempre foi algo valorizado por Freda. Recordo
que ela pretendia deixar esse patrimônio para a humanidade, mas gostaria que ele
ficasse aos cuidados de suas alunas, entre elas eu e Mírian Pestana, que também
foi muito presente na vida de Freda.
Para
quem não sabe ou não ouviu falar sobre Freda, ela é considerada a "MÃE DO MOSAICO
BRASILEIRO". Artista contemporânea que fez formação na Itália, mais
especificamente em Ravena. Além do mosaico, Freda dominava outras artes como a
tecelagem, o vitral, a cerâmica, enfim, era uma artista plural. Ela contava
que adorava dançar e falava também sobre o tempo em que foi casada com um
italiano que, se não me engano, também era artista. Um acontecimento que marcou a vida
de Freda foi um acidente que ela sofreu, se não me falha a memória, em frente à UFES: foi
atropelada. O ocorrido a debilitou bastante, tornando difícil a
locomoção e causando muitas dores. Desde então, a artista precisou usar moletas. O sentar e o levantar já não era algo fácil por conta das sequelas do acidente e, assim, eu buscava ajudar como podia, com coisas simples como pegar um copo d’água, um livro, ou o que ela precisasse. Para a minha surpresa, Freda me convidou para organizar a sua biblioteca. E que ciúmes ela tinha dos livros. Graças a esse serviço tenho a dimensão do seu acervo — livros sobre o mosaico, História da Arte, técnicas artísticas variadas, alguns volumes bastante raros.
Freda foi uma mulher de grande força espiritual e o acidente não a impediu
de continuar trabalhando e realizando outras atividades, ela viajava, visitava
exposições, fazia palestras, enfim, não se deixou limitar. Vale destacar que,
mesmo aposentada, Freda continuou dando aulas. Foi uma professora muito respeitada
e, de certa forma, ‘temida’, pois, defendia com garra seus ideais e lutava pelo
fortalecimento do departamento, especialmente quando sentia que tentavam
reduzir a oferta de modalidades artísticas para os estudantes. NATURAL DE FORTALEZA, NO
CEARÁ, FREDA ESCOLHEU O ESPÍRITO SANTO COMO LAR E SEU PLANO ERA FORTALECER E
DIFUNDIR A ARTE PRODUZIDA EM TERRAS CAPIXABAS.
O
mosaico, que por vezes foi, de forma preconceituosa, descrito como uma arte
menor, ganhou grande projeção com a artista, e eu acredito que Freda está para
o mosaico, assim como Rubem Braga está para a crônica. Nasceram da imaginação e
das mãos da mosaicista importantes murais, esculturas, joalheria e mosaicos
luminosos. Há um mural de Freda na ONU, outro na entrada do Itamaraty, em
Brasília, em vários prédios da nossa capital e espalhados pelo mundo.
Painel
de Freda jardim intitulado “A Terra é Azul”, de 1967, localizado no Ministério das Relações
Exteriores do Brasil.
FREDA
CRIOU UMA LINGUAGEM ÚNICA NO ÂMBITO DO MOSAICO CONTEMPORÂNEO
Quando
concluiu os estudos na Itália e voltou para o Brasil, a artista — que havia estudado com mestres do mosaico bizantino —, não encontrou por aqui pastilhas e
materiais tradicionais para a produção dos mosaicos, ademais, a importação era cara e
demorada. Sendo assim, ela passou fazer experimentações tanto com suportes, quanto com materiais como cristais, granitos, mármores, vidros, conferindo a sua obra uma organicidade bem brasileira.
Poucos
sabem, mas Freda também era poeta, muitas vezes ela leu para mim textos que nasciam, tanto do processo de feitura das obras, quanto do impacto de
vê-las concluídas. Os versos eram escritos no papel, mas também pintados atrás de algumas obras. Embora trabalhasse com a matéria bruta, — a pedra —, e se inspirasse na diversidade da
natureza, a artista possuía uma visão estética ligada ao Cosmo. Animais de hábitos noturnos, exerciam sobre ela um grande fascínio, tanto que na parte frontal de
sua residência, há um mosaico enorme, translúcido, intitulado “Bichos da
noite”.
Freda Jardim elaborando o mosaico “Bichos
da noite”.
A CASA DE FREDA
A casa de Freda era
um mundo e abrigada coleções de livros e obras de arte. A artista contava que
seu pai tinha sido diplomata e que ela viajou por vários países em sua
companhia. As marcas dessas vivências e viagens ela imprimiu no seu lar, a residência parecia uma galeria viva e pulsante. A arte têxtil também recebia grande atenção por parte de Freda, ela estava presente nas jóias, mas também em grandes paineis que ela tecia com linhas coloridas. Freda costurava as próprias roupas à
mão, o que fazia com que seu guarda-roupas também fosse bastante incomum. Na época que estudava estamparia, pintei vários tecidos em aquarela que ela transformou
em saias e blusas. Costumávamos ficar longo tempo ‘mosaicando’ na grande sala que
tinha no centro uma escada, cujo corrimão era de madeira retorcida, uma obra de
arte encomendada especialmente para o local. Essa escada era a menina dos olhos
da mosaicista. Entre
as paixões da artista também estava a culinária. Freda amava cozinhar pratos de
diferentes países e tinha uma estante imensa só sobre o assunto. Eu
almoçava vários dias da semana na sua casa e lembro que uma de suas sobremesas
preferidas era banana da terra cozida e gelada, com açúcar e canela. Em torno da
arte e da comida, Freda reunia os amigos para longas conversas.
A
mosaicista não teve filhos biológicos e, assim que faleceu, os seus bens foram
transmitidos para os familiares. Desde então, eu e outros amigos
mosaicistas não tivemos mais acesso a casa e nem as obras da artista. O luto
foi difícil para o nosso grupo e, aos poucos, cada um foi tomando o seu caminho
profissional e acabamos nos afastando. Como moro no bairro vizinho à Pedra da Cebola, passei os anos vendo a casa pelo lado de fora, sempre fechada, nunca observei ali nenhuma movimentação. Percebo agora que se passaram
quase vinte e cinco anos.
O
CAOS
No
dia 08 de novembro recebi uma mensagem via whatsapp avisando que a casa de
Freda havia sido invadida e depredada. Chamei a polícia e corri para ver o que
estava acontecendo. Quando cheguei já era tarde, quase a totalidade do que
havia dentro da casa havia sido roubada e tudo estava revirado. Começamos a
buscar o responsáveis legais pelo patrimônio, ligando para amigos,
ex-professores da UFES, mas sem sucesso. Quando cheguei na casa de Freda, ainda havia
algumas pessoas em situação de rua na área do galpão e, depois, veríamos, colchões espalhados indicando que a casa esteve sendo usada a mais tempo. Não tive alternativa
senão entrar na casa para ver a situação, até para poder, na primeira oportunidade,
relatar para as autoridades e familiares sobre o ocorrido e ver se algo da
memória de Freda poderia ser resgatado.
O
cenário era DESOLADOR. Ficamos um tempo em frente à casa, evitando que outros
bens fossem levados, dois moradores da Pedra da Cebola, integrante da
Associação do Bairro também estavam lá tentando resolver a situação.
Imagem da frente da casa, tirada do local
onde havia o portão.
Chorei
muito enquanto um filme se passava na minha cabeça. O portão não estava mais
lá, fora roubado na noite anterior, juntamente com tudo de metal da casa:
lustres, tampa de cisterna, panelas, — Freda tinha panelas do mundo inteiro,
inclusive woks originais—, objetos de decoração, pias, esquadrias, armários e
todas as estantes, o que fez com que os livros ficassem jogados de uma maneira
inacreditável. A biblioteca maior, que fica nos fundos da casa, foi invadida
também pelo telhado, o que abriu um espaço considerável entre as telhas, deixando as
obras expostas às intempéries. Acredito que ainda seja possível, garimpando, salvar
documentos e outros itens de valor cultural e histórico na casa.
No
Galpão, tudo estava revirado, as pedras jogadas, slides, cartazes, documentos
etc. Na parte superior da casa havia dois quartos, um deles tinha objetos de
uso pessoal de Freda como roupas, sapatos e coisas de uso da casa. O que
restou, estava jogado pisado, entulhado. Tudo o que pudesse ser vendido foi
levado. Era difícil até caminhar, porque as gavetas foram jogadas no chão umas
por cima das outras, de forma que nem tivemos a oportunidade de saber o que se acumulava pelo chão criando barreiras que impediam a passagem. Na parte de
baixo da casa, ao lado de onde ficava a biblioteca de culinária, ficava o quarto de Dona Isis, havia lá um banheiro e duas saletas,
foram todas incendiadas e tudo o que havia dentro delas virou cinza.
Fechei os olhos e falei ao espírito da amiga que ficasse em paz, pois, ela fez a sua parte. Mas, e nós,
fizemos a nossa? Confesso que senti uma dor no peito pensando que ESSE
PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL PODERIA TER TIDO UM DESTINO DIFERENTE: sido doado para a
Universidade, vendido, emprestado, ou dividido entre as pessoas que gostavam de
Freda.
A vida e a obra de Freda atravessam a minha vida, e sei que esse não é um privilégio só meu, pois, a professora tocou muitas subjetividades com o seu devotamento à arte e conquistou muitos e bons amigos. É certo que, uma hora, a indesejada das gentes bate à porta, mas ela nunca será capaz de cortar esses laços de irmandade. Freda imprimiu amor em tudo o que fez e é por isso que sua lembrança continua viva entre nós e o seu legado permanece.
Nesse
momento, a área do portão foi fechada pela justiça, impedindo novos saques, e se abre um
novo capítulo para essa história. Estamos confiantes que o poder público será de grande ajuda para que se defina o futuro do acervo. Na medida do possível, contactei a artista, outras pessoas estão se mobilizando, agora é aguardar. Há um verso de Fernando Pessoa que diz: “morrer
é só não ser visto”, então, que os olhos se abram e que estejamos atentos para não
sermos mortos pela indiferença e nem esquecido. Luzes para
nós!
Renata
Bomfim - Artista
Plástica, mestre e doutora em Letras pela UFES, membro
da Academia Espírito-santense de Letras e presidente do Instituto Ambiental Reluz.
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