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04/09/2018

Não pronunciarei o nome dos odiosos (Renata Bomfim)


          Dedicado aos movimentos de resistência

Não pronunciarei o nome dos odiosos,
Nem hastearei tolas bandeiras.
As correntes do medo não prenderão
Mãos inquietas e nem porão fim 
a caminhada de uma vida. 

Recorro à poesia como um cão 
Buscando abrigo,
Carinho, calor, 
Vasculhando aqui e ali tentando 
Nutrir a esperança pelo vislumbre 
De um simples bater de asas 
De uma borboleta.

Recorro à poesia porque o meu coração
Está cheio de amor.
Quero ofertar amor.
Não sei como e nem o porquê, mas,
Amo sem limites nesse instante.

05/07/2014

Gato (poema de Renata Bomfim traduzido para o castelhano por Pedro Sevylla de Juana)


Fluyo entre figuritas y libros
leo historias de otros tiempos.
Soy amante de la filosofía y las artes,
comprendo los misterios de lo invisible.
Hago del hombre mi compañero,
mi amigo, y lo amo profundamente.
Si esto no me satisface,
felinamente salgo, huyo,
salto de cualquiera altura.
Transpaso los muros del odio
y de la crueldad que se elevan
y busco
el matorral
el ratón
afecto.
Acepto a los vivos y a los muertos
amigos visibles e invisibles.
Muchos visibles ausentes,
muchos presentes de la vida en la muerte.
Aprendí a saltar y a escalar árboles,
al contrario de lo que piensan,
no soy enemigo del perro
ni del pájaro.
No soy desagradecido o ladrón,
fui difamado,
por no aceptar la prisión,
o resistirme a ser domesticado.
Soy primo del tigre, del león,
ejemplo de belleza,
En el antiguo Egipto fui adorado
aunque, no soy un dios,
Soy un gato.


02/12/2007

Limitação do olhar


analisa e conclui
a partir de panos e tintas
das máscaras coloridas
do giz que desenha o olhar
Como não sabe que somos
aquilo que não vestimos
que não falamos
que não realizamos
Lá no fundo, do outro lado
nosso oposto se realiza
e por traz da pintura
eis que surge uma cara limpa
com lábios semi-cerrados
e braços e pernas firme
prontos para porradas e chutes
Sob a pele
os ossos da mulher lobo
cantada pela Estés
um mosaico no deserto,
juntando o que sobrou da quebradeira,
esconjurando quebrantos rogados
por gerações de mulheres que
também foram quebradas, mas
continuaram apenas ossos dispersos
É um peso buscar resgatar ossos de outrem
muitas vezes tentamos
mas em vão
Haverá realização nessa busca?
ser bom ou ser mau
todos temos dentro de nós
anjos e demonios
eternamente em conferencias
guerras e subornos
disputando as áreas nobres do corpo
visando o coração
com lança em punho
legiões demoniacas
responsáveis pela amargura, pelo ódio,
a indiferença espreitam
o amor é anjo-demonio,
maior colonizador
a saudade catequisa
com promessas de felicidade
e o tempo não espera
desbota a tinta e
rasga o tecido
desfaz o quebranto
revelando novos encantamentos
e nos tornamos aquilo que não somos
mas que sempre desejamos
mesmo sem o saber

bai renatabomfim

05/10/2007

Rumos...

Nesse momento raizes brotam do meu peito e
saem pela minha boca
Ramos e ramos que se multiplicam,
e com ímpeto, me desviam para outros rumos ,
diversos, plurais,
buscando o Ser da hera de ouro,
tempo fora do tempo,
mítico, místico,
plástico...
Tempo macho e fêmea
que abdicou das armas e dos espartilhos.
caules longos crescem para cima e para baixo,
alcançam grandes proporções,
e meu corpo já está todo coberto
e eu sou o meu avesso
que te alcança e entrelaça.
Quero te enxertar.
Hybridos, nos reproduziremos fora do padrão,
buscando o exercício harmonioso da
alegria e do contentamento.

by renatabomfim